terça-feira, 9 de março de 2010

A propósito da Liguilla del Milione...(Parte 1)

Hoje, estou bastante satisfeito, porque, ao consultar a programação de alguns canais televisivos, constatei que em dia de jogo grande da Liguilla del Milione, vou ter a possibilidade de escolher a estação de TV pela qual irei assistir ao Arsenal-FCPORTO.
A escolha da estação televisiva não será baseada na maior nitidez da imagem emitida, mas, sim, na qualidade e imparcialidade (ou parcialidade em favor do meu clube) dos comentários dos respectivos comentadeiros (passe a redundância). Este texto vem a propósito da triste e infeliz prestação dos comentadeiros de serviço da Sportv, no jogo At. Madrid – FCPORTO (jornada 6 do Grupo D da Liguilla del Milione). A transmissão desse jogo de futebol foi guarnecida pelos piores comentários possíveis, que revelaram um primitivo e despudorado anti-portismo, só admissíveis num tasqueiro barbudo e barrigudo, taxista bigodudo, ou diabo cornudo.
Um dos comentaristas cabeçudos que compunha o dueto, era um tal de Pedrinho Henriques, ex-reles futeboleiro e defesa esquerdo falhado. O pouco jeito deste rapazola para jogar à bola era tanto, que se viu obrigado a reformar-se precocemente da sua condição de eterno não convocado. A certo dia (corria o ano de 1997), sem saber muito bem porquê, foi parar ao clube mais representativo de Portucale. Tão imerecida e rápida foi a ascensão, quanto a dispensa e consequente queda. Uma semana de FCPORTO bastou, para que os dirigentes tripeiros lhe contassem a verdade sobre os reais motivos pelos quais tinha sido contratado: a contratação do Pedrinho Henriques serviu apenas para saciar os instintos predatórios do chacoteador-mor de galinhas - o grande Pintolakis Coustanis. Se como futebolista foi péssimo, já na nova carreira de relatadeiro consegue ser ainda pior. Pior, não. É muito pior do que pior! Só para se ter uma micro-noção do quão mau ele é, some-se a raiz quadrada de medíocre com o quádruplo de ruim e multiplique-se o seu resultado pelo infinito de incompetente.
Confesso, que, os comentários escabrosos e descabidos daquele moiro com M grande, ditos à boa maneira dos nossos melhores pseudo-entendidos em filosofia da bola, tiveram o condão de me levar ao mais profundo estado de irritação e nervosismo. Não tivesse o FCPORTO vencido o jogo, e, naquele dia, nem os ataraxs ou os valiuns, me tinham valido para sair daquela tensão emocional pouco saudável, provocada por aquela galinha doida de crista na tola.
Esta poedeira tonta, é useira e vezeira, neste tipo de cacarejos, mas, naquele jogo, ultrapassou todos os limites razoáveis do bom senso, ao auto-denunciar a clubite aguda de que padece. O desplante foi tanto, que nem se deu ao trabalho de disfarçar o seu desejo interior de ver o FCPORTO perder. O apoio à equipa estrangeira e adversária do FCPORTO, implícito nas bicadas que ia mandando, foi totalmente inadmissível e imprudente. Nos jogos internacionais, até admito que haja alguma parcialidade nos comentários, desde que seja em favor da equipa do respectivo país do comentarista. Por muito que lhes custe (aos comentadeiros), o cargo que exercem implica alguma contenção verbal e uma postura soft que não deve deixar transparecer paixões clubísticas exacerbadas. São, por isso, perfeitamente dispensáveis as declarações e juras de amor eterno aos clubes que idolatram. Àquela galinha, só faltou vestir a farda de trovador e cantar em pleno directo uma serenata à sua amada de sempre – o Pardalinhos Mouriscanos. Tenho a certeza, que Miguelinho Prates acompanhá-lo-ia sintonizadamente, no papel harmonioso de músico violinista.
No match em questão, o comentadeiro pardaleiro da Sporttv, fartou-se de sobreelogiar apenas o invisível bom jogo do Simãozinho, “bitaitando” tiradas do género: “a equipa do At. Madrid, nos últimos tempos, tem sido o Simão e o resto”; “no jogo de hoje, só Simãozinho tem tentado inverter o resultado desfavorável”; “foi dos melhores no At. Madrid…”; “é de lamentar que o Simãozinho, esteja numa equipa que não consegue efectivar o elevado valor do plantel”; não esquecendo ainda de gabar a elevada qualidade do ciganito Reyes, um também ex-jogador da Associação de que é fanático.
As apreciações foram tão ridículas quanto facciosas, pois, para cúmulo do seu idiotismo, a maioria dos jornaleiros considerou Fucile, o M.V.P. da partida. Na ala esquerda do Atlético, ou direita do FCPORTO, apenas se viu o Fucile a jogar à bola. De duas, uma: ou o Fucile jogou bem, "secando" o seu oponente directo (neste caso o simãozinho), ou, foi o “Simulão” que esteve em bom nível, como resultado do encatrafiamento de uma série de reviengas e chicuelinas ao jogador uruguaio ( se o ala transmontano as encatrafiou, só o Pedrinho Henriques as viu!). Sendo minimamente razoável, e racional, parece-me muito pouco provável, que simultaneamente lateral direito e ala-esquerdo oponente, tenham jogado excepcionalmente bem.
É, bom recordar, que o FCPORTO deu um autêntico recital de futebol, nessa épica e memorável jornada europeia. Por isso mesmo, tenho pena (muita mesmo), que o comentador azeitolas não tenha visto nesse encontro o mesmo que qualquer aficionado do desporto rei com QI >= 0. Talvez, a mourice, ou a miopice na retina do olho maior, o tenham impossibilitado de apreciar as jogadas magistrais que foram engenhosamente desenhadas pelos futebolistas da equipa dragoniana.
* Tem continuação